03/05/2007


Ola Podrida
Ola Podrida

Da última leva de coisas que baixei, certamente o que mais me impressionou é esse disco de estréia do Ola Podrida. Se existisse um mundo super indie / nerd, e lá houvesse uma competição com a categoria “álbuns que acalmam”, não tenho a menor dúvida que este aqui levaria a medalha de ouro em 2007, pelo menos até o momento.

Quando ouvi pela primeira vez o Ola Podrida, me lembrei da exata sensação que tive ao conhecer o Iron and Wine alguns anos atrás. Era inverno, eu me deitava e puxava o edredom, cobrindo a cabeça sem querer sair de casa. Sentia preguiça e sentia-me muito bem comigo mesmo, e isso era o mais importante naquele momento.

Homônimo, o álbum conta com onze faixas que poderiam ser ouvidas repetidas vezes, por dias, semanas ou até meses sem que você se irritasse ou enjoasse. Um disco ótimo para adormecer, para acordar, para acompanhá-lo nos mais diversos momentos. E a comparação com Iron and Wine é, de fato, inevitável, por conta da voz suave, dos violões simples e cativantes, do ar quase triste, mas revigorante.

A banda é formada por texanos (talvez daí venha a influência folk e country) que moram em Nova Iorque (o lado indie suficientemente sutil e com um quê “moderno” pra não ficar de fora dos blogs e do mundo cool), entre eles Andrew Kenny, que toca no ótimo American Analog Set. Embora o álbum seja na maior parte do tempo essencialmente folk, com belíssimos e delicados arranjos de voz e violão, há canções que beiram o indie rock, como “Cindy”. Altamente recomendado.