15/10/2007

Quarenta e um graus


Me encanta a capacidade que as bandas suecas têm de tornar a vida um pouco mais colorida e bonita. Tudo de uma maneira simples. Eles não fazem muito esforço – parece ser natural colocar um sol não muito quente no céu quando eles bem entendem.

Long Gone Since Last Summer, segundo disco do Irene, carrega tantas vibrações boas que fica difícil ficar de mau humor depois de apreciar suas onze faixas. Eles continuam fazendo indie pop / twee, algo entre Jens Lekman, Suburban Kids With Biblical Names e Benni Hemm Hemm.

Exageros à parte, o álbum traz lindas faixas como “By Your Side”, que abre Long Gone Since Last Summer de maneira maravilhosa, como se o sol estivesse nascendo e aquecendo sua pele delicadamente. “Seaside” tem um naipe de metais certeiro e grudento – aliás, esse último adjetivo define bem o que você encontrará aqui: músicas que não saem da cabeça. “Out Of Tune” e “Little Lovin” vão deixar seu coração em pedaços. Mas a animação volta em “September Skies”, um twee feliz com cara de verão sueco. O disco termina com a triste “Last Forever”, dando a falsa impressão de que o Irene é uma banda meio pra baixo. O que é perfeito, já que quando você o coloca pra tocar outra vez, tudo volta a ficar ensolarado.

Em resumo, o segundo disco do Irene é pop e simples. Não é inovador, não é brilhante, não é surpreendente. Mas era tudo o que eu precisava ouvir nessa segunda-feira de volta a São Paulo.