20/04/2007



Meu Deus, que capa horrível. Horrível e estranha. Na verdade eu não estou nem aí, e acho ainda que a capa reflete bem o que é - ou provavelmente deve ser - o Black Moth Super Rainbow: um amontoado de mistério, confusão e esquisitice. Esse é o terceiro disco deles. Alguém aí deve se lembrar que no ano passado eu postei o split-demência The House Of Apples & Eyeballs, do Black Moth com o Octopus Project, um petardo. A qualidade das composições daquele álbum certamente se repete aqui.

Dandelion Gun abre com a viajante "Forever Heavy", que por quatro minutos te faz pensar que o disco é calminho. E até que é, não fosse o lado esquizofrênico e psicodélico super arco-íris do Black Moth. "Melt Me", a terceira, tem uma linha de baixo que põe qualquer nerd pra dançar até a camiseta ficar molhada de suor. A quebrada "Lollipopsichord" (que já fazia parte do split lançado anteriormente) está entre minhas preferidas: é curtinha, bizarra, dançante e quebrada. "Sun Lips" é sem dúvida uma das grandes faixas do álbum, com uma melodia cativante que fica na cabeça. A incrível "When the Sun Grows On Your Tongue" vai te fazer flutuar numa onda multi-colorida de prazer inexplicável. Ao todo são 17 músicas que passam voando. Os timbres de teclado impressionam, como se meia dúzia de moleques dos anos 60 encontrassem mellotrons / sintetizadores e começassem a tocar sem pensar muito em qual seria o resultado.

O mais legal, pelo menos pra mim, é que todas as canções vêm recheadas de efeitos com vocoder, tecladinhos esquisitos e batidas eletrônicas - tudo equilibrado, tudo na medida certa. Na minha cabeça quase doentia, o Black Moth Super Rainbow deve ser um time de matemáticos e químicos drogados, unindo-se uma vez por ano para lançar um baita disco de música pop com a dosagem certa do que pode e do que não pode soar estranho. Dandelion Gun é perfeito pra relaxar os músculos cerebrais após um dia tenso de trabalho naquele escritório cheio de engravatados.