15/09/2006



Venho tentando entender o disco novo do Decemberists há um tempo. Já tem algumas semanas que baixei e, confesso, não gostei da primeira vez que ouvi. Achei estranho, algumas músicas simples demais, outras com guitarras distorcidas, tudo sem a veia teatral, marca registrada dos outros discos da banda.

Tudo bem, ouvi outra vez. E outra. Aos poucos fui entendendo o que eles estão querendo dizer. Tive que me desligar completamente do Picaresque, um dos melhores álbuns de 2005, pra perceber que o lance aqui é outro. “The Island, Come And See, The Landlord's Daughter, You'll Not Feel The Drowning” tem quase treze minutos e várias nuances e momentos distintos, um prog-pop de encher os ouvidos. “The Perfect Crime 2” soa como um Kings of Convenience americanizado. “Yankee Bayonet (I Will Be Home Then)”, uma das melhores, é uma pérola pop com lindas melodias vocais que deixam aquele aperto no coração. Como se você tivesse que despedir-se do seu grande amor naquela esquina de sempre. O disco fecha com "Sons and Daughters", cinco minutos de esperança e beleza que ficam ecoando na sua cabeça, mesmo depois de chegar ao fim.

Em linhas gerais, The Crane Wife é ousado, principalmente se pensarmos que é o primeiro do Decemberists por uma major. Não é tão conciso como os dois anteriores, mas tem um valor muito grande no que diz respeito à troca de ares e busca de novos rumos musicais. Baixa aí.