28/02/2006

Um cheiro bom vem de perto. Minha mãe prepara o almoço. Enquanto isso eu penso sobre o dia de ontem e sobre Paul McCartney, Mario Kart e também Linda McCartney que, apesar de ter morrido fez muita coisa legal, simplesmente por não ter sido uma Yoko Ono. Penso sobre montanhas russas, sobre montanhas russas de Coney Island. Queria ter uma Polaroid e estar lá agora, tirando filmes e mais filmes sobre montanhas russas de madeira dos anos, sei lá, 50? Ou 60? Quero falar. Quero falar pra alguém que eu não sei o que está acontecendo no Carnaval e, sinceramente, eu não quero saber. Quero escrever. Tenho vontade de escrever e de dizer um monte de coisas a pessoas distantes, às quais suas existências não dependem de mim. O cheiro da comida fica mais forte e eu até sinto um pouco de fome, mas vou comer pouco. Nesse exato momento minha mãe abre a porta do quartinho do computador, cutuca minhas costas e diz "almoço" com voz tranqüila e confiante de que essa refeição vai ser uma delícia. Meu irmão fala alto e eu não vou reler esse texto. Vou comer.