05/04/2007


Impressões sobre o disco novo do National ou Feliz Páscoa ou semana que vem eu volto a postar coisas novas:

Então o disco novo do National finalmente vazou, como todos perceberam há alguns dias. A essa altura, espero que aqueles que têm o mínimo de respeito pela (boa) música já tenham degustado o álbum o suficiente. Quanto a mim, tenho ouvido Boxer pelo menos uma vez ao dia. Comentar sobre ele ficou ao mesmo tempo simples e complicado, já que o National se tornou uma banda do coração e esse um dos meus álbuns preferidos de 2007, coisa que sabia que não seria diferente.

Boxer abre com “Fake Empire”, que já havia sido colocada pra download no próprio site da banda há algum tempo. Maravilhosa, a canção que começa tímida e explode com direito a naipe de metais e lindos arranjos de violino, abrindo as portas para a sensacional “Mistaken For Strangers”, que lembra um Interpol – só que bem mais decente e competente. Na seqüência está a quase mecânica “Brainy”, com bateria impressionante e linda melodia vocal. Aliás, a criatividade das baterias chama a atenção em praticamente todas as músicas, assim como o timbre de voz de Matt Berninger, cada vez melhor, se é que isso era possível.

Chegando à quarta música já se percebe que o National é a mesma banda de Alligator, mas apontando pra rumos bem diferentes do disco anterior. “Squalor Victoria” tem um piano tão marcante quanto seu refrão, bateria forte e um melancólico violino de fundo. Já em “Green Gloves”, belas guitarras e uma levada chuvosa caracterizam a canção.

Com a balada “Slow Show” chegamos ao meio do álbum. Juntamente com “Apartment Story”, a seguinte, são faixas que dão ânimo a Boxer, até o momento um disco relativamente calmo e parado. O que continua com a estupenda e tristonha “Start A War”. “Guest Room” é a que mais lembra os tempos de Alligator.

A seqüência final é de matar. A competição é séria, mas “Starting Like A Pro” tem talvez a letra mais bonita do disco e potencial pra ser uma das melhores canções já feitas pelo quinteto. “Ada” é um suspiro de tristeza naqueles dias em que você fica na cama pensando na vida. “Gospel”, que encerra Boxer, pode te dar um ataque cardíaco de tanta beleza em quatro minutos e meio. Pronto, você chegou ao final de um dos melhores discos do ano.

Em resumo, tudo o que você precisa saber é que Boxer é tão bom quanto Alligator. Só que em aspectos diferentes. E isso não é pouca coisa. Enquanto o disco anterior explodia com canções como “Abel”, “Lit Up” e “Mr. November”, o mesmo não acontece em Boxer, que mostra o lado mais triste do grupo até o momento. Em seu novo álbum, o National é exatamente como mostra sua capa. Talvez estejamos ouvindo a melhor banda pra emocionar todos aqueles que vão ao clássico bailinho americano, sejam eles jovens ou não. Boxer é o disco perfeito pra fazer você se apaixonar de uma vez por todas por aquela menina, ou pra te fazer re-apaixonar quinze mil vezes por sua própria namorada.