Eu amo jazz. É um gênero que nunca sai de moda, mesmo remetendo a uma época gloriosa à qual nunca vivenciei. Quando comecei a ouvir jazz, preferia os quartetos e nada mais. Dave Brubeck, Thelonious Monk, John Coltrane. Ainda são meus preferidos, mas depois passei a ouvir outros estilos dentro do gênero, como as grandes orquestras e o jazz cantado. Quando o assunto é voz, na minha opinião ninguém chega aos pés do Chet Baker. Isso porque seus discos instrumentais também são perfeitos, seja como quarteto ou sexteto. Mas, quando ele põe as cordas vocais pra trabalhar, é de tremer o queixinho e encher os olhos de lágrimas. Chet Baker foi um dos maiores viciados em heroína do jazz e, por conta disso, teve uma vida totalmente desequilibrada. Por precisar sempre de dinheiro para manter o vício, assinava contratos com diversas gravadoras, chegando a lançar cinco discos no mesmo ano. Independente disso, tinha uma das vozes mais bonitas que eu já ouvi.
Chet Baker Sings é de 56. Nada melhor que a companhia desse disco em uma noite solitária, ouvindo-o cantar e prestando atenção nas letras, enquanto você permite que a voz de Chet, linda e suave, entre de maneira tímida em seus ouvidos. Um álbum pra aumentar a saudade de quem você ama, pra dar dor no peito e fazer chorar. Um clássico. Vídeo da indescritível "My Funny Valentine", numa apresentação em Tóquio, um ano antes dele se jogar da janela de um hotel, sob efeito de cocaína e heroína:
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