Bom, vamos lá. Acho que ouvi esse disco umas dez vezes de ontem pra hoje, então já dá pra dizer alguma coisa sobre ele. Depois de seis anos escondendo o jogo, finalmente o Peeping Tom viu a luz do dia ontem (o lançamento oficial é 30 de maio). Eu estava esperando muito desse disco, mas tentei ao máximo não criar muita expectativa. Como eu imaginava, é um álbum bem trip-hop, com um ou outro lance mais hip hop, algumas guitarras e uma pitada de R'n'B. Os refrões estão incríveis. Há tempos não se via um Patton tão inspirado pra criar refrões tão bons e pegajosos.

O ponto alto do disco, pra mim, são os vocais limpos e sem berros, ora sussurrados, ora cantados num estilo meio Faith No More. Sem dúvida, a voz e a afinação do Patton estão de encher os ouvidos. Embora não tenha nada a ver com o FNM, algumas guitarras e vocais do Peeping Tom podem até remeter aos bons tempos da antiga banda, o que deve agradar muita gente. E ainda que algumas faixas lembrem vagamente o Lovage, o disco soa mais como algumas coisas do General Patton Vs. Ex-Ecutioners (basta ouvir "Get Up Punk", do General Patton).

Outra coisa boa são as várias participações, o que faz com que as músicas sejam bem diferentes uma das outras. "Sucker" tem o vocal subaproveitado e inesperado da Norah Jones, "Caipirinha" é uma bossa-nova bizarra com Bebel Gilberto dividindo o microfone com Patton e "Getaway", a mais rap do disco, tem Kool Keith nos vocais.

A produção do disco está impecável. Até o momento, minhas preferidas são "Mojo (feat. Rahzel e Dan the Automator)", "Your Neighborhood Spaceman (feat. Jel e Odd Nosam)" e "We're Not Alone Remix (feat. Dub Trio)". Mas o álbum todo é excelente, gostei até mais do que esperava e a cada vez que ouço gosto mais. Na certa um dos discos do ano.

Baixe aqui: Peeping Tom